sexta-feira, 9 de julho de 2010

Antes de dormir

É o melhor momento pra exercitar a imaginação. Deitei no colchão da Isa. Pus a cabeça no Tonny. Abracei a Ovelha. E tentei esquecer como as últimas horas tinham sido horríveis. Consegui.
Imaginei um mundo diferente. Um mundo onde a diferença era encarada com a normalidade que lhe é própria. Ser diferente era normal. Ninguém precisava ter medo. Ele não precisava ter medo.
Não, mentira. Tudo mentira. Era um mundo opressivo, bem mais que o nosso. A diferença era duramente punida. E ele não tinha medo mesmo assim. Era diferente, gostava de ser diferente. Exibia-se. Chocava, como a menina mulher dos bandolins de Oswaldo. E, assim como ela, não perdia o ar infantil que lhe tornava sedutor. Bebia. Bebia o álcool, a lua, a noite, a mim. Sem medo. Pela primeira vez em MINHA vida, ELE não tinha medo.
Não era realidade. Nem sonho. Era o minuto que antecede o sono, quando viver é mais gostoso.

3 comentários:

  1. Confesso que eu fiquei um pouco assustado qdo li esse seu post cara.
    Mas tudo certo, tudo resolvido!

    Abraços,
    Jr.

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  2. Féfis finalmente consegui arrumar minha conta pra postar. =D
    Adorei esse post, é intenso e me lembra das minhas próprias viagens antes de dormir.
    Nada como fugir da realidade as vezes.

    Beijos

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  3. Belo texto Fê! Cheio daquele lirismo que vale a pena... Porra, tive que ler várias vezes... e pode tá certo que lerei outras...

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