sábado, 18 de setembro de 2010

Leque Vernáculo

Ela sentia um vazio
Um espaço, vácuo
Vacúolo a ser preenchido
Era o espaço que ele não tinha

Sua vida girava a roda da vida
Curvava e atravessava
A curva que ele não fazia

Gritava! Um grito de difícil definição
Feliz, gritava à dor
Um grito áspero, flácido
Que ele não gritava

E seu vazio, curvo gritar
Errante caminhar torto
E tudo isso, ele sabia apenas corpo
Fazia-lhe esquecer de que foi esquecido
Desumanizado, pessoa curvada
Humano pessoa esquecia
Que era pessoa bem antes daquele grito rouco
E que não podia, jamais poderia
Por ele, já feito mudo um pouco
Em todo aquele emaranhado
Do pré-concebido leque vernáculo
De vazio, curva e grito
É, por aquele semelhante, tão semelhante
Jamais seria amado

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