segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ressucitando o blog...

Meu deus, quanto tempo faz que não escrevo nada aqui!

Que dor é esse
Que dói mas me anima
Que move, me atiça
Teu corpo, minha sina
Que coisa gostosa
Vadia, dengosa, malvada, mal vista
De colo me atiro
Me choco, mas sinto
O ser tão liberto
Que eu acho que és tu
Mas bem que pensando
Em todo esse tempo
Foi tu e foi ele
E aquele e um outro
E eu mais que tudo
Me acho tão teu
Que vejo que é isso
E mim, só em mim
Que expresso em outros
Meu vício, libido
Meu ímpeto, meu gozo
Não é de ninguém, meu caro
Que estes vários alguéns
Meus homens, meus quartos
Nas camas, meus lenços
Desculpas, farrapos
De tudo que quero
Que é querer-te, só isso
Por mim, só por mim



Escrever é fuga
Saída do dia-a-dia
De torpe, medíocre
Confundo-me com ele
Cotidiano confuso
Obscuro, me vejo
Nos vejo, tudo aqui em volta
Ouço hinos de igreja
Os carros passando, seu som, sua vida
Que busco na escrita
No álcool, cigarro
Que em toda medida
Me destrói e assim mesmo
Essa dor é o que quero
O amor conturbado
Veneno pro tédio
Eu sei que é assim e sempre será
E sinto a vitória, essa ausência fugaz
De todo prazer
Do ser mais humano
Em seu íntimo, um ímpeto
Que em geral não dá mais
Que nunca talvez
Se concretizará

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