domingo, 23 de outubro de 2011

O que quero é sentir
Que a inércia não basta
Que estável não sou
Nem gente, nem bicho, nem coisa
Que ausente me escondo
E não fujo, não posso
Quero é que me faças feliz
Não me dê paz
Me dê um turbilhão
Me deixe alegre, eufórico, nostálgico
Em pé de guerra, me dê a trégua
E brigue de novo
Me faça também chorar
Me dê a dor, o sofrimento
Maltrate, me deixe atônito
Me corroa, me envolva, me mate
Me ressucite e me crie
Mas não me deixe no marasmo
Não me deixe em frente à TV
Não me esconda a verdade
Me faça humano, que quero viver
Não me deixe usar terno
Nem deixe dormir
Que em vez desse teto
Eu quero a calçada
Que em vez de achar que estou bem
Prefiro achar que só estou
Me dê a bagunça, a folia, o Carnaval
Altos e baixos, me deixe aos cacos
Me faça achar o mundo pequeno
E querer muito, muito mais
Me faça voar
Quebrar as asas
Correr atrás do nada, ganhar e perder
Me põe pra fora
Me faz viver
Mais que passar por aqui, viver

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